Deu na Folha de hoje (o texto, aqui, só para assinantes): o cérebro precisa armar uma verdadeira batalha para superar o fim de um relacionamento. Diz a reportagem (assinada pela repórter Débora Mismetti) que, mesmo quando o fim já está relativamente superado e que mesmo que tenhamos lembranças negativas da pessoa e dos momentos que vivemos ao lado dela, fica ali, no cérebro, uma impressão, uma marca que é ativada quando pensamos ou vemos a ex - como um gatilho que é ativado tão logo a mira se depara com seu alvo. E essa marca, tal como uma cicatriz que demora a sair (quando sai!), dispara aquelas reações todas já comuns ao corpo: coração a mil, frio na barriga, adrenalina... (as mesmas, aliás, que nos tomam no começo da relação).
Tudo isso porque "o amor pode ter azedado, mas o cérebro continua a mandar estímulos [que causam reações físicas] ainda que ele tenha as recordações ruins do relacionamento", conforme explica o neurologista Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Por isso é tão difícil superar o término de uma relação: essas impressões residuais e as reações físicas que elas causam monopolizam os nossos pensamentos, tirando o foco das más lembranças, por mais que a gente se esforce em buscar todos os registros que temos na mente de como aquela pessoa era egoísta, mesquinha, egocêntrica e os outros milhões de defeitos que podemos enumerar para nos fazer esquecer.
Mas o amor é como vício. E os sentimentos que ele provoca no cérebro (mais exatamente no nosso sistema de recompensa) são muito parecidos com o das drogas. E basta ver a ex ali, toda feliz no restaurante, para termos uma recaída (se estiver com outro cara, então...).
O remédio, garante o neurologista, é tentar reforçar as emoções negativas com relação à pessoa, até que elas superem esses registros que teimam em ficar gravados na nossa mente. Isso leva um tempo considerável, é verdade... Para os que não aguentam mais sofrer de dor de cotovelo, a saída mais fácil e rápida é também é a mais interessante: arrumar um outro amor. Assim, o cérebro precisa agir e focar seus esforços para guardar os registros da nova pessoa (e assim, deixar aqueles antigos de lado)... Registros que, por sua vez, só serão superados quando aparecerem outros registros para arquivar. E assim a gente vai vivendo, fazendo a fila andar.
Pelo menos para o cérebro, só um amor é capaz de substituir outro.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
é bem capaz que o cérebro esteja certo...
ResponderExcluir